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terça-feira, 20 de novembro de 2012

A RESPEITO DE VAPORES RESIDUAIS - Ouça a OSHA !


A respeito de eventuais vapores residuais provenientes do manuseio de compósitos quando de sua reciclagem tenho a comentar o que segue:


Comecei minha vida de Engenheiro Químico na década de 70 trabalhando numa grande empresa que fabricava lavadores de gases para captar e tratar gases industriais gerados no ambiente de trabalho das indústrias.


Seguíamos a "bíblia" do ramo, o Industrial Ventilation Handbook e fazíamos levantamentos de todo o tipo de gases presentes para verificar se sua presença superava ou não os limites de toxicidade recomendados.


Na própria empresa, trabalhávamos diária e bastante intensivamente fazendo reforços mecânicos de fibra com resina poliéster - isso foram aproximados 12 anos.


Mais tarde, ao longo de 16 anos fabriquei formas especiais para concreto e derivados, também fazendo uso de fibra e poliéster.


Em ambas as atividades jamais tivemos qualquer problema de Saúde Ocupacional dos colaboradores. 

Os que querem "pintar" isso como sendo um grande problema, estão redondamente enganados.


Se fosse assim, nenhuma peça de fibra de vidro, seja ela uma cadeira ou um ônibus poderia ser usada por exalar resíduos tóxicos pós-fabricação. 

Reafirme-se, desde já, isso é coisa que não acontece !!!


Na mesma década de 70, havia no mercado brasileiro uma empresa (SunHouse) que fazia casas de veraneio em compósitos. As casas ficavam fechadas a maior parte do tempo e jamais ouvi qualquer queixa de um mínimo
odor de vapor químico residual ou caso de intoxicação de qualquer natureza.


Se, no ambiente de trabalho, tomadas as precauções adequadas ( grifo meu ) onde esses produtos são manuseados regularmente, não houve geração de problemas de saúde, muito menos depois de corretamente curados e ainda menos, algumas décadas mais tarde, depois de atingirem o final do seu ciclo de vida.


Poderão argumentar que no ambiente industrial há peças falhas que não curam?  Sim, há !


Se não curarem, então foi por falta de catalisador ou por umidade. Se foi por falta, o que entrou na formulação foi integralmente consumido ! 


Se tiverem sido usados em excesso, o defeito então sería de as resinas curarem rápido demais e não o oposto, de ficarem "soltos",  sem reação 
e disponíveis no meio ambiente. Lembrando também que estamos falando de produtos que entram em ínfima proporção nas massas resinosas.


Ademais, hoje em dia, existem modernas resinas que sinalizam se tiver havido problema de cura.


A enorme maioria desses produtos, são itens caros, e ninguém em sã consciência iria ficar desperdiçando os mesmos !  Muito menos deixar peças mal reagidas, contaminadas ou sujas saírem de suas fábricas.


Em resumo, na prática,  peças de compósitos de fibra de vidro muito dificilmente "carregam" contaminantes para fora do ambiente industrial.


O problema real na reciclagem dessas peças é o pó gerado - este sim,
se aspirado de forma contínua pode causar doenças pulmonares sérias,     mas antes disso, o próprio pó dará seus sinais de alerta - ele toma conta     do ambiente e coça muito !!! por isso ser mandatório o uso de filtros de partículas adequados.


Para aqueles que se interessem mais profundamente pelo tema ofereço abaixo uma citação em inglês, direto do Manual Técnico sobre Compósitos emitido pela OSHA - Administração da Saúde e Segurança Ocupacional dos EUA, onde se pode ler:



    " Polyether and polyester polyols present no particular 
     health hazard in industrial processing " 

   
   Em tradução livre - "O processamento industrial de polióis poliéster e 
   poliéter não apresenta risco particular à saúde"  ao qual acrescento o 
   mesmo grifo meu, acima - tomadas as medidas necessárias  !


Link para a fonte:    OSHA  -   http://goo.gl/WEopk


Obrigado pela atenção !

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